
© Arquivo TdH Brasil/Rede Reaver
Qual a nossa relação com a natureza? Como podemos agir para preservar o nosso território e buscar uma vida mais digna e um meio ambiente mais saudável? Essas foram algumas das perguntas que guiaram o 2º Encontro Potiguar das Juventudes pelo Meio Ambiente, realizado nos dias 12 e 13 de abril em Natal (RN). A ação foi promovida pela Rede Reaver, por meio do Instituto Terre des Hommes Brasil, com apoio da KNH e do BMZ.
Durante os dois dias de programação, em média 35 crianças, adolescentes e jovens, com idades entre 12 e 21 anos, participaram de atividades práticas e formativas nos espaços do Parque das Mangueiras e do Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves”, duas áreas de relevante importância ambiental para a capital potiguar.
“Criamos uma programação bem diversificada e animada, com metodologia adaptada pra crianças, adolescentes e jovens. Tudo pensado pra realidade da Reaver Rio Grande do Norte”, contou Luiza, articuladora da Reaver no estado.
No primeiro dia, os jovens participaram de rodas de conversa, dinâmicas sobre pertencimento e construíram juntos um mapa dos seus territórios, destacando as áreas que precisam de mais atenção e cuidado ambiental. A proposta é que esse material sirva como ferramenta para futuras incidências políticas e ações de sustentabilidade. O dia também contou com uma trilha de educação ambiental no Bosque das Mangueiras, gerido pela administração municipal, onde as juventudes puderam falar sobre a importância de preservar as áreas verdes da cidade.



“O projeto Saúde Ambiental quer exatamente isso: dar protagonismo pra adolescentes e jovens. Quando puxamos uma ação, a gente primeiro escuta o que eles querem e depois conduz formações pra que eles tenham vivências que façam sentido dentro da escola ou do território onde vivem”, explicou Vanessa Feitosa, assessora técnica em advocacy de TdH Brasil.
Um dos momentos mais potentes foi a troca com o Coletivo Revide, da Reaver de Fortaleza (CE). A presença de Thayná Sousa e Gabriel (Gabs) trouxe inspiração e mostrou que os desafios enfrentados por jovens do RN também são vividos em outros estados.
“A gente veio pra cá pra trocar mesmo, sabe? Compartilhar nossas lutas e ouvir as deles também. A gente tá se enchendo de tudo que eles têm pra oferecer, pra levar isso de volta pra Reaver Fortaleza. Viemos representar a juventude de lá e voltar com mais força, com mais conhecimento, pra seguir na nossa luta”, disseram Thayná e Gabs, do Coletivo Revide. “A luta pelo protagonismo juvenil na pauta ambiental é muito importante porque a gente ainda precisa ser escutado. Somos resistência. A gente tem que lutar pela nossa sobrevivência.”
Para Thayná, da Reaver Rio Grande do Norte, o encontro também teve um papel fundamental de conscientização: “Foi muito importante pra fazer as pessoas pensarem mais sobre a natureza e se importarem com a preservação do meio ambiente.”
A partir dessa troca, os jovens do Rio Grande do Norte construíram juntos um plano de ação local com atividades prioritárias para o ano de 2025.
No segundo dia, a programação foi voltada à realização de oficinas práticas e teóricas, como a de campanhas de comunicação para sensibilização ambiental e a de construção de placas de conscientização, pensadas para serem replicadas nos próprios territórios dos jovens. À tarde, a rede participou de uma trilha ecológica pela mata atlântica e pelas dunas do Parque Estadual Dunas de Natal. O passeio foi um momento de aprendizado sobre a fauna, a flora e os desafios enfrentados pela Unidade de Conservação, que é símbolo da resistência ambiental no estado.



“O Parque das Dunas foi a primeira unidade de conservação criada no RN. É um marco na história da preservação aqui. Foi uma luta muito grande pra ele existir, e hoje é um lugar que protege muitas espécies ameaçadas. Preservar esse espaço é preservar nossa própria sobrevivência e a do planeta”, destacou Lais Raissa, gestora ambiental e coordenadora do parque.
O encontro também foi espaço de diversão para as crianças, conexão entre os jovens e fortalecimento das lutas socioambientais locais. Ao reconhecerem seus territórios — seja na zona Norte, Sul, Leste ou Oeste de Natal — os integrantes ampliaram o senso de pertencimento e compreenderam a urgência de se organizarem coletivamente para defender os recursos naturais da cidade. Sonhar e fazer um futuro mais justo e sustentável é mais fácil quando se faz em coletivo.







