Rede Reaver participa de roda de conversa sobre violência sexual e racismo ambiental com o Coletivo Meraki do Gueto

Foto: TdH

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 afirma que o estupro é a violência mais registrada contra crianças e adolescentes que, durante o ano de 2022, atingiu mais de 41 mil vítimas de 0 a 13 anos. Contudo, quando há recorte de gênero e raça, aponta-se que a violência sexual infantil entre meninas negras lidera os números.

Dessa forma, podemos compreender que o racismo ambiental está ligado a desigualdade socioeconômica que, por sua vez, está ligada à desvalorização racial e a violação do direito à segurança e o desrespeito à sexualidade de crianças e adolescentes.

Desse modo, como forma de debater acerca da ligação entre o racismo ambiental e a violência sexual, na quinta-feira, 16, a Rede Reaver participou de uma roda de conversa organizada pelo coletivo Meraki do Gueto. O encontro foi realizado em alusão ao Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio.

Tamara Cristina, integrante da Rede Reaver e representante do Meraki do Gueto, destacou a importância dessa iniciativa. “Precisamos fazer essa conexão entre o racismo ambiental e a violência, o abuso sexual de crianças e adolescentes. Quando a gente pensa em racismo ambiental, a gente só pensa em natureza, nas desigualdades, mas como isso interfere também na violência e, sobretudo, na violência sexual, né? Foi um momento muito rico”, disse.

O racismo ambiental não é apenas uma questão de desigualdade na distribuição de recursos naturais, mas também uma forma de violência que afeta desproporcionalmente as comunidades negras e periféricas. “Quando compreendemos que o racismo estrutura nossa sociedade, ou seja, quando há a naturalização de desvalor e exploração de pessoas negras em todas as relações estabelecidas na sociedade, conseguimos identificar que as mais diversas violências são direcionadas para essa população”, comentou Vanessa Feitosa, assessora técnica de TdH.

Ao unir forças, a Rede Reaver e o Meraki do Gueto buscam não apenas conscientizar, mas também construir uma base sólida para ações proteção de prevenção contra a violência sexual e o racismo ambiental.

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